Um fim de tarde. Um sopro, uma brisa. Um beijo nervoso, mas ao mesmo tempo confiante. Um amor.
Um amor que tirasse não apenas o fôlego, mas sobretudo o medo. Que aumentasse a percepção: uma rosa não é só uma rosa, é um labirinto vermelho-escuro, um vermelho que não é só vermelho, tem mil cores em si. Andar pisando em rosas.
Um amor que não pensasse em continuação, mas sim em eternidade. Que fosse capaz de se dissipar com o vento, o vento que dissipa uma tempestade. Mas que traz um sol cuja beleza é feita da lembrança da chuva que passou.
Um amor que fizesse esquecer. Esquecer que a vida é complicada e que os amores não resistem à rotina. Que fizesse acreditar em outras vidas e dispensar a explicação cientifica sobre o déjà vu (não, não é uma falha no cérebro; é algo que você já viveu em alguma outra dimensão).
Que desse a sensação de que a vida é uma criança que se pode acariciar, que se pode tomar nos braços; que desse tanta coragem,
coragem até mesmo para enfrentar o fim do amor.
(2006)
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