domingo, 30 de janeiro de 2011

O tapa brutal da dor

Sérgio Sampaio, meu queridinho da vez, inaugura uma nova seção neste blog: Músicas que combinam com vinho, ou, a depender do gosto do cliente, com uma boa dose de cachaça!
Não, curioso leitor. Não estou sentindo "o tapa brutal" de nenhuma dor específica.  Só tomei duas tacinhas  de vinho e ouvi Sampaio pra combinar. E concordo com  o poeta Vinicius de Moraes: pra fazer um samba com beleza, é preciso um bocado de tristeza. Nem que seja uma tristeza inventada, simulada, pelo mero prazer de uma dose caprichada e cheia de sentimento!
Cheers!

PS: Infelizmente o vídeo não tem imagens, só o áudio mesmo. "Tapa brutal da dor" é trecho da letra dessa música.

Variações sobre um mesmo tema ("velhice")

 Gosto das
mulheres que envelhecem,
com a pressa das suas rugas, os cabelos
caídos pelos ombros negros do vestido,
o olhar que se perde na tristeza
dos reposteiros. Essas mulheres sentam-se
nos cantos das salas, olham para fora,
para o átrio que não vejo, de onde estou,
embora adivinhe aí a presença de
outras mulheres, sentadas em bancos
de madeira, folheando revistas
baratas. As mulheres que envelhecem
sentem que as olho, que admiro os seus gestos
lentos, que amo o trabalho subterrâneo
do tempo nos seus seios. Por isso esperam
que o dia corra nesta sala sem luz,
evitam sair para a rua, e dizem baixo,
por vezes, essa elegia que só os seus lábios
podem cantar.

(Nuno Júdice)

(Bela poesia de Nuno Júdice que descobri por acaso. A tela é de Picasso)

A reinvenção da vida (ou: o amor nos tempos da decrepitude)

"Para as rosas, escreveu alguém, o jardineiro é eterno" (Machado de Assis)

Sempre me causa uma certa “apreensão existencial” ver o elogio supremo da juventude que é feito o tempo inteiro na mídia, e que já foi incorporado ao nosso dia a dia. Claro que a velhice traz desconfortos, dores, indisposições, requer cuidados, mas tentar esquecer que ela existe é uma grande bobagem; como se diz por aí, as opções não são muito boas: é velhice ou morte precoce. O importante é aprender a envelhecer com dignidade, e eu creio que essa dignidade consiste no caminho do meio: é não se deixar consumir por achaques, rugas, aposentadoria e tédio, mas também não lutar desesperadamente para parecer adolescente, fazendo mil cirurgias e estripulias (vide muitas “celebridades” da TV e da revista Caras). É saber se adaptar, tentar sempre melhorar e cultivar sobretudo a serenidade, porém sem nunca perder a capacidade de se espantar. Mário Lago tem uma frase bem bacana sobre esse equilíbrio: “Fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo: nem ele me persegue nem eu fujo dele. Um dia a gente se encontra”. 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um dom de causar conseqüências

Um amigo e “fornecedor cultural” me deu ano passado um MP3 com alguns discos de Sérgio Sampaio, cantor/compositor que eu não conhecia. Eu simplesmente parei ao ouvir ”Roda Morta - reflexões de um executivo”. 
“Esse cara leu a minha mente”. Foi o que pensei. A melodia, a voz envolvente e a letra que parecia ter sido criada para mim; na realidade, acredito que a letra pode ser consagrada como o Hino Oficial dos Servidores Públicos e outros trabalhadores que se encontrem com o saco lotado: “a sordidez do conteúdo desses dias maquinais”, isso define boa parte dos dias.
Então fiquei fascinada e quis saber tudo sobre Sampaio. E eis que me chega às mãos, pelas mãos de outro amigo, o livro “Eu quero é botar meu bloco na rua – A biografia de Sérgio Sampaio”. Acabei de ler ontem à noite.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Viva!!!

O REM está com disco novo: Collapse Into Now.
Em 2009 fui para o show do disco Accelerate, de longe um dos melhores shows que vi nos últimos tempos. 
Ok, o REM continuar produzindo coisas boas não é novidade; eles SÃO bons! Novidade é o Michael Stipe aparecer nesse clipe de divulgação assim...assim, charmosão e quase bonito!
Uns quilinhos a mais fizeram um bem danado a ele!


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

The show must go on

Caros e parcos (eu disse pArcos) amigos que freqüentam este blog. 
Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Não acreditem. Eu sou a prova de que isso não é verdade. Desde o ano passado que raios e mais raios têm incidido sobre a minha pobre cabecinha.