terça-feira, 8 de novembro de 2011

Iluminar a vida

Os meses de agosto, setembro e outubro foram bem complicados para mim. Ocorreram problemas de saúde sérios na minha família. Além disso, até minha cachorrinha adoeceu gravemente (só entende quem tem cachorro...). E a conjunção astral estava tão desfavorável que nem meu fiel cabeleireiro Alexandre acertou o corte do meu cabelo nesses meses, apesar de termos uma parceria capilar feliz há vários anos. Como se não bastasse, desde setembro estou vivendo no exílio, sem meus cachorros, sem minha rede na varanda e sem meus livros, em razão de uma reforma lá em casa. 

As conseqüências de todo esse stress foram desastrosas: uma faringite/laringite ou sei lá o que ITE persistente, que dura mais de um mês. Além disso, sinto também que a ruga de expressão da minha testa ficou mais acentuada. Sou uma jovem senhora de 35 anos com um risco entre as sobrancelhas que diz ao mundo que andei me preocupando ultimamente. 

Foram tantas e tão desagradáveis surpresas...e um dia eu vinha dirigindo e ouvindo FM quando Caetano começou a cantar uma música antiga de Lulu Santos, “O último romântico”, que tem um trecho que diz assim: 

“Iluminar a vida, já que a morte cai do azul”. 

E apesar de eu ter uma certa antipatia por Lulu Santos, eis que o enunciado da música me atingiu como se fosse uma grande revelação. Só nos resta mesmo fazer isso, iluminar, de alguma forma, a nossa vida, pois o acaso, o destino e a morte estão à espreita. Felizmente para mim, tudo acabou bem, todos se recuperaram. Mas ficou a certeza da precariedade da vida. Como diz aquela outra música antiga (Aquarela), o futuro é uma incógnita e “sem pedir licença, muda a nossa vida e depois convida a rir ou chorar”. Não dominamos nada, não apitamos porcaria nenhuma nesse jogo. Estamos sempre à mercê, e o que nos cabe é aceitar e tentar alcançar a felicidade em cada momento. Eu poderia citar ainda muitas músicas e poesias que falam sobre essa roda viva e incontrolável, mas peço licença para terminar o meu processo pessoal de iluminação com um bom banho e uma taça de vinho que está aqui ao meu lado, implorando para ser bebida.

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