sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Don't give up the fight

(Carta para uma garota qualquer, que poderia ser eu mesma)

Esqueça o que você aprendeu ao longo dos anos.  Nada é como te disseram. O mundo não é justo, as coisas não são fáceis, os méritos não são reconhecidos, os sonhos nem sempre se realizam, a verdade nem sempre prevalece, a amizade verdadeira não sobrevive a toda e qualquer adversidade, o amor não é eterno. Veja quantas pessoas infelizes à sua volta: aquele casal que está junto há trinta anos e se alimenta das brigas e picuinhas; o que os une é simplesmente a satisfação em importunar o outro, em tornar a vida dele miserável. Veja aquela mulher do interior que sempre acreditou que o casamento é o que há de mais importante na vida de uma mulher...e ELA não se casou.  Aquele homem que nunca soube fazer nada a não ser trabalhar, que ao final da carreira se aposenta e é totalmente esquecido e não sabe mais o que fazer com essa coisa chamada tempo.  Aquela empresária que passou dos 40, tem grana sobrando, só anda impecável, vive fazendo tratamentos estéticos e parece sempre entusiasmada e de bem com o mundo, mas que não suporta um único minuto de solidão e é incapaz de gerenciar a própria dor.  E aquelas pessoas que remoem o ódio. As que não suportam ver a alegria alheia. 

 Encare a realidade: você nunca vai ser uma mulher realizada. Não existe esse sentimento pleno e perene de realização.  Mas atenção, muita atenção: esta não é uma carta desesperada, por mais que pareça. Pelo contrário, é uma carta de esperança. 
Não, você nunca será uma mulher realizada, mas pode ser uma pessoa feliz na maior parte dos dias. Justamente quando conseguir entender o quanto o mundo pode ser injusto, o quanto as pessoas podem mentir, o quanto a infelicidade pode grassar por aí. Quando jogar fora toda a baboseira que te empurraram desde o momento em que você foi capaz de entender um som ou de interpretar uma imagem.  Não é fácil. A ilusão é algo inebriante; a fábrica de falsas esperanças e de grandes engodos funciona 24 horas por dia, e te ataca por todas as frentes: livros, filmes, programas de TV, músicas...E quando você está infeliz, como se não bastasse a infelicidade em si, ainda se sente a pessoa mais excluída do mundo, a única que sofre em meio à maravilhosa vida do outros. Mas acredite: todo mundo sofre de alguma maneira. Todo mundo sente angústia, porque o mundo é ácido e corrói. 

E isso não é motivo para desistir. Por mais que as coisas às vezes pareçam sem sentido, sem objetivo, por maior que seja a sua sensação de que tudo está errado. 
Não está. Porque não há o absolutamente certo, o totalmente justo, não na vida real. Ninguém é completamente feliz nem completamente infeliz. E você não está no controle. A vida não é o roteiro de um filme, não é algo que necessariamente vai dar certo no final.  O final, já sabemos qual é. Sim, é praticamente um tabu dizer isso, mas o final é a morte.  O importante então é saber como aproveitar o caminho que nos conduz a ela, caminho que nada mais é do que a própria vida. 

Então  deixe de frescura,  ouça uma boa música, tome um banho e saia para a rua, para o vento e  para a vida, aproveite a noite que hoje é sexta-feira!



PS: "Don't give up the fight" é o título dessa música aí, da banda Magic Numbers, que nas palavras de meu amigo J.  faz um "sonzinho feliz"!

2 comentários:

Anônimo disse...

"O mundo não é justo, as coisas não são fáceis, os méritos não são reconhecidos, os sonhos nem sempre se realizam, a verdade nem sempre prevalece, a amizade verdadeira não sobrevive a toda e qualquer adversidade, o amor não é eterno. "
E dá pra esquecer de tudo isso? rsrsrs

Anônimo disse...

E ouvir um a boa música, é fundamental!