segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Govinda, Govinda, Iansã

Eu ora acredito em espíritos, chego até a ver uns vultos transitando aqui em casa, ora não acredito em nada. Mas na dúvida, de vez em quando dou uma olhadinha embaixo da cama só pra garantir. Detesto, absolutamente detesto acordar de madrugada e ver no relógio da cabeceira que são 3:03, 3:30, 4:04, 5:05...Se acordar às 3:33, então, é o fim: insônia garantida. Odeio essa repetição dos números bem na hora em que acordo. Acho sinistro, sei lá por que... Mas como diz um meu amigo, pior seria se houvesse seis horas e sessenta e seis minutos. 

Ah, e eu nunca vou saber qual o meu signo ascendente porque minha mãe não lembra com precisão da hora do meu nascimento e essa informação não consta do registro. Então ora eu fico rindo dessa coisa de zodíaco/horóscopo, ora me pego fatalista e caetana, acreditando que nunca vou saber o que me reserva meu mapa astral porque certas coisas só se revelam quando precisam ser conhecidas (“é incrível a força que as coisas têm quando precisam acontecer”).

Enfim, as coisas não materiais e não racionais se resumem muito àquela frase bem batida: No creo en brujas, pero que las hay, las hay.
Mas essa introdução algo cabalística é só para relatar que também acredito em mau olhado, quebranto, espinhela caída e afins. (ahaha...e sendo assim não poderia deixar de gostar das músicas de Rita Ribeiro, mas isso é outra história). E sucede que estou acometida hoje de uma dessas patologias supranaturais. 

No meu trabalho existe uma troca de energia muito intensa, um vaivém muito grande de pessoas, e não é raro eu me encontrar sugada ao fim do dia (PS: não, não sou prostituta).  Mas eis que me botaram quebranto ontem, em pleno domingo, quando eu voltava, lépida, leve e fagueira, de uma excelente viagem no fim de semana. Um sujeito veio me abordar com uma conversa estranhíssima e totalmente inoportuna, e com uma energia muito carregada. Desde então sinto um grande cansaço, esmorecimento, mofina, dores indefinidas e uma vontade de não sei nem o quê.  Queria ser um bebê pra ser levada a uma rezadeira, ser colocada de cabeça pra baixo, segurada pelas pernas, com uns ramos de arruda passando pela minha testa e a rezadeira murmurando todas aquelas orações esquisitas (de cabeça pra baixo a reza é mais eficiente, pode crer).

Em dias como esses, o jeito é se conformar; um bom banho (pra acabar com essa mofina e  o corpo ficar jeitoso), uma rápida inspeção sob a cama e depois só sono, só paz, torcendo para não acordar às 3:33. À falta da rezadeira,  só uma nova e ensolarada manhã pra fazer o quebranto sumir. E que o sujeito que me “aquebrantou” receba de volta, e em dobro,  toda a energia negativa que emanou! 
E tenho dito!

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