terça-feira, 22 de junho de 2010

Inquietações

Como se mede a duração de uma vida? Em anos, horas, realizações, ímpetos?
O ano é 2015. Isso considerando, claro, que o mundo não vai acabar em 2012. O que você andará fazendo? Onde estará trabalhando? Já pensou no que espera da sua vida nos próximos cinco anos? Gostará das mesmas pessoas? Terá os mesmos amigos, o mesmo gosto musical? Os mesmos programas de sábado à noite? Amará a mesma mulher, o mesmo marido? Acreditará em deus? Quantas crenças e idéias vão se desfazer, quantos medos vão esvaecer, quantos novos surgirão?  O tempo não parece uma boa medida, pois é fluido, subjetivo e incerto. Uma vida pode ser um tempo longo demais para se permanecer com o mesmo trabalho, os mesmos apegos, as mesmas idéias e aspirações. E ao mesmo tempo é um tempo muito curto pra se imaginar eterno e ter a ilusão de estar realmente construindo algo, de estar criando raízes e ser um “eu” imutável.

“Vezes sem conta tenho vontade
 de que nada mude
Meiavoltavolver
Mudar é tudo que pude"
(Leminski) 

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