segunda-feira, 12 de julho de 2010

Festival Mormaço


Aconteceu em Natal neste fim de semana o Festival de Rock Mormaço. Estive lá no segundo dia, quando se apresentaram as seguintes bandas:
  • Driveout
  • Clara e a noite
  • Lunares
  • Bon Vivant (PE)
  • Camarones
  • Móveis Coloniais de Acaju.
A primeira banda foi um espetáculo...de barulhos dissonantes, de sons metálicos e estridentes, que literalmente doíam nos ouvidos. Se a proposta era incomodar, eles conseguiram.
A segunda banda foi anunciada como revelação. A vocalista chegou, muito estilosa, com os demais músicos, e o baterista bombadinho usava apenas uma bermuda e uma gravata. Cantaram uma versão terrível de come together, dos Beatles, e tudo o mais que tocaram, ainda que não fosse versão, parecia com alguma música que eu já tinha ouvido. E a vocalista o tempo todo fazia caras e bocas e umas dancinhas totalmente forjadas. Eu penso assim: não dá pra começar já querendo ser “celebridade”. Se você não é louco igual ao Ian Curtis (que misturava passinhos de dança com ataques epilépticos reais), se não é irreverente igual ao cazuza, melhor não se exibir demais, porque vai soar falso.  O que não significa você não possa "arrasar"  um dia, depois de alguma estrada, depois de ter um estilo próprio. Que o diga Michael Stipe, vocalista de uma das melhores bandas do rock recente (pra mim a melhor), o REM. Stipe praticamente se escondia das câmeras no início, mas com o tempo desenvolveu um jeito autêntico e inconfundível de se apresentar. 
Bom, depois da performance de Clara e a Noite veio Lunares, que só queria ser o U2, sem nenhum êxito. Também não senti originalidade nem ouvi boa música. 
Até que entrou o pessoal do Bon Vivant. Detesto reforçar esse complexo de inferioridade cultural que já temos em relação a Pernambuco, mas eis o melhor da noite até então. Os rapazes tocaram bem, cantarem bem e as músicas eram legais. E me arrisco a dizer que eles ouvem Los hermanos, pois senti uma certa referência dos hermanos no som. Ah, detalhe: nem precisaram de grandes “ousadias” no palco. Eu diria que o único destaque visual ficou com o all star vermelho do vocalista!! E eles foram super simpáticos, conversaram com o público, agradeceram várias vezes a oportunidade de tocar, enfim, umas gracinhas.
Em seguida veio a orquestra de guitarras, com muitos cabelos ao vento. Confesso que foi barulho demais para meus ouvidinhos sensíveis. 
Não fiquei para ver a atração principal (Móveis coloniais de Acaju), que já conhecia pelo Youtube. 
Mas no fim das contas pra mim o melhor do festival foi mesmo o público. Logo que entramos, éramos três e mais os garçons, seguranças etc. Fiquei decepcionada, mas depois o pessoal começou a chegar. A casa não lotou, mas até que encheu, e tinha muita gente dançando e se divertindo de verdade. No fim das contas, o melhor do festival foi a sensação alentadora de que  nem só de forró e axé vive esta cidade. 

Um comentário:

Não disse...

Eu tive o "desprazer" de conhecer a Clara e a noite. Se Deus assim me permitir, nunca mais [nem sem querer], vou escutá-la novamente. Orquestra Guitarristica Camarones tinha um bom baterista e uma boneca de pano [estilo Emília daquele Sítio famoso sendo numa versão dark], tocando contrabaixo. Escaparam os pernambucanos do Bon Vivant, que me estimularam a comprar o seu CD.